domingo, 25 de maio de 2008

As Medalhas Que Não Tenho


Mas não pelo fato de não tê-las merecido,

Mas sim porque as joguei por aí, dei, arremessei ao rio, entreguei sob a luz do luar ...

Explico,

Adolescência, ótima fase da vida, na qual não nos preocupamos com o futuro e rimos com o passado, do alto de nosso ego, submergido na explosão de hormônios, que agem subtraindo de nós, por vezes, o raciocínio lógico e nos levando incessantemente as ações movidas pela emoção, sem razão aparente (e eu não estou falando de estar apaixonado).

Hoje, quem me vê, do alto dos meus 1m74cm, melhor, ao redor dos meus 130kgs, nem imagina quantos campeonatos participei, quantos jogos venci, quantas medalhas eu levei, quantos troféus eu mereci.

Sinceramente, nem eu consigo afirmar quantos, apenas arrisco, pois a memória às vezes me trai e lembranças físicas inexistem, como vos lhe informo a seguir ....

Destaca-se, as medalhas, nesse texto, por esses dias ter visitado um colega enfermo e sob a escrivaninha percebi seis medalhas, devidamente limpas e expostas à visão de todos e me lembrei que não mais as possuo, nem as exponho, não tenho nada papável daquelas premiações, somente os velhos termos do time, que insistentemente os guardo, embora alguns já estejam irreconhecíveis.

Lembro-me de ter levado um vice campeonato, mas na época eu diria que perdi um campeonato, percebes a diferença ? Então daquela ira por perder o campeonato, ao sair da AABB, atravessando a ponte, com os passos mais fortes do que marcação militar, preferi arremessar ao Rio Mossoró àquela medalha do que guardá-la, afinal, só terei boas lembranças, pensava este ingênuo subscritor e, estranhamente, aquele arremesso exauriu momentaneamente a ira... Tal gesto ganhou proporções, restando repetido pela grande maioria do time, não que eu fosse uma espécie de líder, muito pelo contrário, eu estava mais para mau exemplo, mas pela ira e decepção coletiva.

E o referido arremesso ao Rio, virou uma espécie de tradição no time, sempre que ficamos em segundo lugar, as medalhas iam ao Rio mais próximo, seja Mossoró, Potengi, Piranhas ou São Francisco... Percebes coisa mais piegas e infantil do que isso ?

Mas engraçado lembrar que nestes gestos de arremesso, éramos apoiados pela ala feminina (sempre elas) e elogiados pelos demais homens. Críticas só recebíamos dos professores, nem sei se por cumprirem ordens da coordenação desportiva ou se por senso do ridículo.

Teve também uma Copa, realizada em Recife, na qual acabei sendo expulso no último quarto do jogo das semi - finais, a qual perdemos e sequer pude disputar o terceiro lugar, o qual o time conquistou. Terceiro Lugar ? Não guardava as medalhas de segundo, porque iria guarda a de terceiro? A Praia de Boa Viagem deve estar cuidando melhor daquela medalha do que eu.

Mas... Também houveram bons momentos, dignos de uma orquestra ao fundo, tocando a música da Lagoa Azul (falando da minha adolescência), onde os holofotes se voltavam para mim, na minha imaginação é claro. Mas estes atos deram-se da imaginação de Dan (lembra-se dele?), do Doze e que me colocaram para iniciá-la, afinal, eu já era o mau exemplo mesmo, se desse errado, ninguém iria estranhar, se desse certo, iria limpar um pouco minha barra.

Dava-se da seguinte forma, ao recebermos à medalha, cautelosamente furtaríamos o microfone daquele que a fosse entregar e convidávamos a namorada / paquera / ficante / pretendendo / algo-assim para que a entregássemos a medalha na frente de tudo e de todos... E não é que deu certo? Melhor, deu mais do que certo.

Precisa dizer que as mulheres ficavam loucas? Seja pelo orgulho do fulano ali, do alto do primeiro lugar do pódio, assumir dessa forma o amor (amor?) à ela na frente de todos, logo entregando-a uma medalha de ouro (sim, só fazíamos isso com as medalhas de ouro)... Sem contarmos as resenhas nos dias que se seguiam! Pois é... E assim meus méritos acabaram sendo ofertadas à terceiras pessoas, teve uma pra Dani*, uma pra Marília*, uma pra Cibele*, uma para... Parei (!!).

Nunca as recebi de volta, também, pedir ia quebrar o clima de romance... Se bem que mesmo ao fim do relacionamento, não solicitava devolução, apenas a Dani*, que ao terminar comigo, não me lembro bem o porque, arremessou a medalha em mim, mas pela força do arremesso, apostaria que o intuito não era simplesmente me devolver.

Teve também a do Lual, que fazíamos todo fim de torneio, na praia de Cristóvão, na qual o time inteiro, pela primeira vez, e única, estava formado apenas de homens comprometidos, então foi um ato conjunto e orquestrado por todos, onde entregávamos as medalhas às mulheres... Ah, neste dia não teve orquestra, mas teve um bom pop rock... Praia, Lua, Fogueira, Vinho, que mais se fazia necessário ? O amor estava no ar, do lado, em cima e dentro das redes.

“É só uma medalha” afirmava em meus pensamentos, sem quaisquer cunho emocional ou pré-ocupação futura...

E assim foram as minhas medalhas, conquistando para logo depois sumirem das minhas mãos e vistas, algumas com certeza devem compor o assoalho de alguns rios, outras nem posso imaginar aonde foram parar. Se bem que algo em mim torce para que elas estejam enfeitando a parede de alguém, mesmo que esse alguém não tenha realizado esforços para conquistá-las.

Conclusão ?

No próximo torneio, vou guardar as medalhas, independente de posição, pois da forma como não consigo lembrar à quem as entreguei, aposto que também já fui esquecido, mas as medalhas são memórias, digamos, palpáveis.

Sem contar que, hoje percebo o real valor das medalhas e das memórias, reconhecendo que aqueles metais não representam só uma medalha, mas sim o esforço em sua conquista, dignos de uma boa risada e lembranças !

Sem contar, que o ego o impulso aborrescente havia me dominado, mas o venci esses dias... Ou apenas momentaneamente!



*Todos os nomes são resultados do acaso... Ou descaso.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Filmes que Fazem Pensar

Afinal,

Há filmes para todos os gostos e sentidos,

E no domingo que pacientemente exerci a função de babá dos meus primos,

Assisti uma porção deles.

Mas um se destacou.

BELEZA AMERICANA







Um filme simples, direto, com pitadas de humor, sarcasmo, erotismo, drogas, sexo e rock and roll (ta, me empolguei, tira o rock and roll).

Em sua sinopse, temos: Lester Burham não aguenta mais o emprego e se sente impotente perante sua vida. Casado com Carolyn e pai da "aborrecente" Jane, o melhor momento de seu dia é quando se masturba no chuveiro. Até que conhece Angela Hayes, amiga de Jane. Encantado com sua beleza e disposto a dar a volta por cima, Lester pede demissão e começa a reconstruir sua vida, com a ajuda de seu vizinho Ricky.

Ah,

Não assistiu ainda?

Lester morre no fim! =x

Quer dizer, no início, afinal, o filme tem narrativa inversa.

Mas vale a pena, embora recheado de deja vus:

estudante atraente que usa a sua imagem e sexo, para triunfar versus jovem mais introvertida e menos popular –

adolescente problemático versus família (des)moralmente religiosa em sua casa arrumadinha e brilhante.

Mas sim,
Voltando ao meu objetivo,
Sou capaz de apostar que aqueles que se prendem não só as imagens passando na tela, mas no sentido e supondo-se no papel dos personagens, analisando-os, acabam por temer a vida monótona do pobre Lester, um zé ruela da vida, por méritos próprios, diga-se de passagem.

Pois o sentimento de melancolia e amargura é imenso, fruto da análise de uma vida que não se permite ensaios, logo, não pode ser revivida. Temos, creio que todos que não só assistimos, mas analisamos o filme, um imenso temor que aquelas breves duas horas sejam um mero reflexo de nossas vidas...

Ah, vão dizer que “todos buscamos nossos desejos e batalhamos por isso” ou vão dizer aquilo ou aquilo outro, mas isso foi o que Lester buscou, em toda sua vida e essência foi isso que ele buscou, a forma, é que foi errada.

Lester, pode no futuro ser um Puzzo, um Forzeone, um Mendes, você ou eu...

Ao se auto analisar, melhor, ao analisar o conjunto (ele x família x emprego), encontra o tédio em sua volta, embora ele tenha atingido as metas que sempre trançou, mas se vê buscando, desastrosamente, retornar a infância, na tentativa de reescrever a história, só se esqueceu de olhar-se no espelho e ver que o tempo, havia passado.

Sobre o mesmo (lester) reina o poder da esposa, Carolyn, à qual ela o buscou pelo fato de deter poder sobre ele, tanto financeira como emotivamente, já que ela administrava as finanças da casa.

Compreende que ela não gostava dele ? Simplesmente o admitia em seu recinto por poder ter um “vibrador potente” quando necessita-se ? E isso fica claro em suas falas, onde expõe o desejo pelo líder no setor dela. Extrai-se:Líder no Setor = Muito Bem Sucedido. Que era o desejo dela, independente do amor, próprio ou a terceiro...


A filha do Lester ?

Sofria sérios problemas de rejeição da sociedade e dela mesmo...

Ê auto estima rasa.

Mas quero destacar é a vida do Lester,

Homem simples, parcos conhecimentos, quase (ou nenhuma) obstinação na vida, pois supõe que já atingiu suas metas, vez que buscava apenas o trivial, casa, comida, mulher e filhos.

Embora sofresse, transparecia segurança à todos, sempre buscando dar impressão de bem estar, de garanhão e don juan, quando há muito encontrava-se assolado na solidão, e nas piores dela, afinal, vivia só dentro de sua própria casa. Ê vida duplamente triste, sofrendo em sua intimidade, mas não se permitindo expor.

A possibilidade de mudança o instigou as mais diversas alterações, de humor, de prazer, de pensamento....

Ah claro, mais uma vez, tudo por causa de uma mulher, afinal, vocês sabem, é a mulher que faz o mundo girar, mesmo que seja só por causa de uma liquidação.

O filme me faz refletir, o quão as vidas podem ser completas, ao olharmos “de fora”, pois transparecem que todas as metas restaram atingidas, e estas são da grande maioria, que são casar, ter uma casa própria, ter filhos, um emprego fixo e uma renda satisfatória, mas ao mesmo tempo vazia de amor próprio, de satisfação e, principalmente, de prazer ...

Percebe-se o drama ? Creio que até receio mesmo,

Busco tudo isso aí narrado, mas temo por recair no vazio ...

Há muito as amizades “na vida adulta” deixaram de ser só amizades,

São sinônimos de status.

Não que na adolescência isso não ocorre-se, mas eram outros tempos, ali, você só era da turma x ou y, mas se relacionava com todos, já adulto...

Casamento ?

Ainda persiste como um sonho de 8 em cada 10 homens/mulheres, sendo que as baixas são que 1 vira homossexual e outro(a) fica pra titia por buscar primeiro satisfazer-se economicamente ao invés de se completar amorosamente.

Mas hoje, damos com a banalização do casamento...

Temos o motivo temporal: Passou seis meses, conferiu a performance, casou! Mais simples impossível.

O da gravidez: Engravido, casou.

O do passatempo: Vamos casar, senão der certo, separa.

O arrumadinho: Vocês casam e depois de uns meses, separam-se (Esse é mais usado para “limpar” a imagem ou a honra dos envolvidos)

O Resto: Passava 2.258 anos com a mesma pessoa, separam-se, aí nos 15 minutos seguintes casa-se com a primeiro pessoa que a beijar.

Enfim, hoje em dia já tem paquera que dura mais que muitos casamentos.

E os objetivos/desejos da infância ?

Toda criança tem o direito à educação, lazer e saúde ... E a sonhar.

São os sonhos que movem as crianças...

São eles que motivam, que dão forças a vencer.

Mas durante a adolescência muitos vão matando a criança interior, seja na busca ensandecida pela auto firmação ou, pior, para transmitir uma idéia de jovem e seguro.... balela... Se você mata a criança em si, mata os bons momentos que só uma brincadeira pode gerar.

E este é a visão que eu tenho de pobre Lester, que tanto sonhou em constituir família, comprar um imóvel, de forma tão simplória, apenas pelo TER e não pelo PRAZER, que ao fim de percebeu isolado, triste e amargurado, solitário e cercado de seus familiares...

Ele se deu conta, que de tudo que sempre sonhou, obteve os fins, mas não aproveitou os meios, as boas risadas da irresponsabilidade, que só um adolescente sabe o que é, não aproveitou as manhãs chuvosas, as tardes frias, nem as noites enluaradas...

Se fechou as metas sem gozar os percalços, as (des)venturas que a idade lhe proporcionava.

Prendeu-se somente a beleza da mulher, esqueceu-se de analisar seu interior... Pobre Lester, não sabia que a beleza acaba e,no fim da vida, o diálogo e o companheirismo é que ditam o relacionamento...

Nisso, é provável que não tenha “perdido” o tempo com as metades erradas da laranja, deve ter se fechado de tal forma aquela mulher, que emanado de desejo a transmutou à sua metade da laranja.

Creio que ninguém quer se pegar aos 40 anos, buscando o que não teve aos 10, 20 ou 30 anos,

Buscamos o gozo e o prazer de todas as fases da vida,

Assim como sofremos as penas da idades, queremos delas usufruir...

Mas,

E aí ?

Como se viver ...

Na forma que profetizou um jovem cantor, como se não houvesse amanhã ?

Planejando, plantando o hoje para colher o amanhã ?

Meio Termo ? PorraLoka ?

Façam suas escolhas,

Mas cuidado com a forma que se chega aos objetivos,

E a sorte, está lançada.

De Pegador à Homossexual

Calma, não vamos gerar balburdias, não pensem demais ...

Comecemos, dando uma alcunha ao meu amigo, vamos chamá-lo de Dan, assim como podia ser Felipe, Edgar, Marcos, Denis ou quaisquer outro.

Aos fatos então:

Durante muito tempo pratiquei esportes, não só na rua, mas também no colégio e nos times de bairro, chegando a algumas vezes viajar para competir, e essas viagens, se você também joga, sabe o que eu to falando... Depois do término dos jogos, é pura euforia, são dias “fora de casa”, sem regras ou alguém para controlar, é um constante alcoolismo cultura e etílico, quase uma orgia de pensamentos e entusiastas e, as vezes, uma orgia, no sentido literal da palavra.

Mas bem,

Nessas idas e vindas, entre torneios e campeonatos, acaba se formando um circulo de amizades, principalmente entre os sempre presentes, como era o meu caso, dentre outros e, como sempre, as manias ou jeitos iam dando nomes e apelidos aos seus possuidores...

E todos, claro, odiavam seus apelidos, eram feitos para chatear mesmo, com exceção do Dan, ele tinha o apelido que todos queriam fazer jus, o apelido de Pegador. E era merecido. Veja só, se você antes de entrar em quadra observa-se uma garota, podia esperar que no fim do jogo Dan estaria com ela nos braços aos beijos.

Era algo... Inenarrável, diriam umas, e essas umas, eram apaixonadas por ele.

Com isso, com esse apelido e essa perspicácia Dan ia causando inveja entre todos e suspiros entre todas...

Literalmente, Dan não era o cara para se convidar para se fazer acompanhar a uma festa, pois o máximo de uma garota que o seu companheiro iria chegar era pra informar o telefone do Dan pra ela....

Mas Dan não era do tipo que se vangloriava de nada, ao contrário, vivia dando conselhos aos demais, incentivando-os a atirar-se sobre as mulheres que desejassem. Pergunto-me até hoje se ele ensinou certo ou errado, mas já superei.

E assim foi durante muito tempo... Do time 95 até 2001, alguns troféus, muitas medalhas, poucas fotos, mas nessas fotos Dan sempre está acompanhado de alguma mulher, ou de algumas, depende dos ciúmes entre elas ...

Se nunca mais tivéssemos ouvido falar de Dan, ele seria outro presente no imaginário dos que jogaram ao lado dele, bem como daqueles dos times inferiores, mas que sabiam e viam suas conquistas ...

Aí que vem a reviravolta.

Desde 2001, ano em que a turma do basket se separou, anualmente promovemos a velha reunião... ( cof cof cof saudosismo batendo poeira).

Via de regra, nos fins de ano, mas não em Tibau como tantos outros, locamos um cantinho e ficamos todos a beber, cair e levantar, com raros intervalos para diálogos, contar aonde estávamos, como íamos, se tínhamos casados, separados ou continuamos na vida de sempre, aquele bate papo que embora só ocorra anualmente, não muda, e nos faz perceber a idade...

Mas uma coisa nunca mudava... Lá estava Dan, com não só uma garota nos braços, mas cercado delas ... O eterno pegador diziam uns.

Bom, nessas reuniões sempre tem aquela pessoa, fdp ou não, que começa as perguntas de gaveta e os tiros no escuro, todos os anos... E em 2003 taxaram Dan de ..como é mesmo que se diz... metrossexual, isso, metrossexual ... Que para a grande maioria é sinônimo de viado, e para mim também .

Aí no epicentro cômico disso tudo, estava Dan, que ao se levantar rapidamente, causa um certo ar de suspense entre todos, já que as memórias dos gritos dele com o time eram freqüentes mas, ao começar a falar o tom de voz de Dan muda.... E todos na sala mudam, seus atos, seus rostos e fisionomias mudam.... Quando Dan termina de falar, percebe-se um desejo de rir de uns, a tristeza de outras, o eu-não-acredito de muitos e o espero-que-seja-mentira de todos em sua volta... Alguns minutos se passam, horas... Até que alguém peça que ele repita a sua fala.

E, novamente, ele expõe à todos, os quais tinha como amigo de confiança, do peito e irmão camarada, ele vocifera à todos afirmando ser homossexual e que espera que a amizade continuasse ...

Um choque à todos, mas Dan continuava ali, de pé, a espera da resposta de todos naquela sala, ele só não sabia que ninguém esperava por isso, não havia um caso de homossexual naquele time, turma ou o que sobrou dela, sequer tínhamos algum homossexual que o tratássemos como um mero colega, imagine amigo.

Todos éramos, melhor, somos, frutos da moralização do sexo e suas opções, como dizia um velho Tio, na nossa família já houveram seis assassinatos, mas todos somos honrados, não há entre nós prostitutas ou gays. Aí o Dan quer que o admitamos assim, um gay, e na turma ?

Mas Dan continuava de pé, a espera da resposta da turma... Foram minutos de longa espera, até que um dentre nós se levantou e o abraçou, sendo seguido por todos os homens presentes na sala. (as meninas, parte estavam no celular espalhando a notícia, umas chorando no canto da sala e as outras que o Dan havia beijado estavam com ânsia de vômito no banheiro).

Ficou um clima estranhamente... homossexual! Dezesseis homens, digo, quinze homens abraçando um homossexual em uma sala rodeada de mulheres., vai entender essas peças que a vida nos prega. E ainda bem que naquela época câmera digital não era comum, senão ia ser outra foto para manchar a história.

Passado o susto e com a teórica aceitação, ainda rimos muito naquela noite, lembrando das histórias dos times, que sempre eram contadas, mas nunca perdiam a graça, lembrávamos de Dan dando uns pegas nas deusas dos jogos, sempre na expectativa que ele dissesse que tudo era uma brincadeira, mas ele só fazia dizer “os tempos eram outros” e que ele era um homossexual.

Que fique claro, homossexual e não um gay. Dan ainda hoje não transpassa a idéia de um gay, ele se comporta e age como um “homem normal” e ai de quem o chamá-lo de bicha... As meninas dizem que ele é um urso, numa analogia a um grupo homossexual do Sul e Sudeste. Eu não tenho opinião sobre isso, e nem pretendo ter,

Mas... Todos “aceitamos” a opção do Dan, desde dessa situação as piadas entre homossexuais estão proibidas nas reuniões anuais, passamos e buscarmos não rejeitá-lo, em “memória” ao velho Dan da época do time, estamos dando uma revisada nas histórias, buscando não comentar sobre as garotas que ele conquistou e deixou para trás.

Mas quando o Dan se vai, as perguntas sempre se voltam as questões comuns do grupo... “Pô, o Dan tomava banho no mesmo vestiário que eu, dormia as vezes no mesmo tatame, será que ele já era? Ou não? Pouutz... São tantas indagações que emergem do receio do Dan ter visto um de nós de forma diferente que as vezes há afirmações, no mínimo, estranhas.. Doze uma vez se indagou: Será que Dan já me olhou diferente? Ao percebemos a forma da exposição, já estava receoso, até que o Blindado falo: Nada, se ele fosse olhar diferente para alguém, seria para mim.” Eu estava estupefato, com o teor homossexual da história que a eterna disputa de egos colocou aqueles dois ....

O comportamento de Dan?

Nas reuniões, é normal, nunca se viu ele dando em cima de ninguém do time,

Mas em todas as reuniões, sempre se cria uma expectativa de que ele adentre a sala de braços dados com uma (ou umas) garotas e não com alguém que fala mais grosso do que eu....

O laço de amizade no time é tamanho, que todos esperam que Dan “retorne” a ser um homem homem mesmo, de verdade verdadeira, e não um homossexual... Mas vocês já ouviram falar de ex-viado? É... Eu também não. Mas a memória de Dan faz com que nós, do time, tratemos todos com respeito e é isso que fazemos, não movidos pela Constituição ou receio da prisão e sim o respeito a imagem do amigo.

Minha visão sobre isso ?

O Dan tem uma bagagem histórica conosco, de forma que (ele que não leia) se tornou admissível em nosso grupo.

Oura, verdade,

Não vou mentir, afinal, sou um moralista, fui criado assim.

Lição disso tudo ?

Nenhuma.

Mas uma coisa é certa, quando a gente pensa que conhece alguém ...

É ...

Quando nasci, homossexualismo era proibido,

Hoje, ele é admitido,

Quero ir embora antes que ele vire obrigatório.

E ainda tem um mais sacana que sempre diz: Não denigro a imagem de Dan, afinal, já pensou se isso é bom e nós estamos é perdendo tempo ?



Vai entender...

sábado, 17 de maio de 2008

Novo Endereço

Explico,

O "velho", com poucas semanas de vida já havia repercutido demais,

Então, como desejo que aqui seja um espaço para debates, sem me preocupar com os "outros", resolvi adotar um pseudônimo.

E, como toda criança que curte máfia, tinha que ser um com fins sicilianos.

Assim,

Bem Vindos Novamente, ao novo lar de Puzzo Forzeone.