segunda-feira, 9 de junho de 2008

Surpreendente

Vê aê o vídeo da Propaganda do Playstation III,
Pooutz MUITO massa.




Creio que todos que lêem este blog tiveram contato com um vídeo game na infância, mesmo que não possuindo, deve ter jogado com o vizinho, um primo mais abastado, um colega de rua ou colega rico, até mesmo nas locadores.

Mas sim,
Esses dias recebi um Cartão Postal, e quando digo Cartão Postal, me refiro aqueles impressos em papel, emitidos pelos Correios, os quais os mesmos entregam junto com sua conta de cartão de crédito e não aqueles que recebemos em nosso e-mail. Emitente: “Da sua velha amiga apaixonada”. De início, pensei que era alguma nova forma de divulgação de empresas de turismo.

Foi uma surpresa estranha, afinal, só os recebia em fins de ano, emitidos pelas empresas que sou cliente e pelos pés nos sacos dos políticos que detêm meus dados.

E ontem, recebi uma Carta, é, uma carta, com selos e colada com um estranho plástico, com um certo cheiro de alfazema....

Foi algo tão estranho, que até o Carteiro, velho conhecido das partidas de poker, questionou a procedência, bem como minha mãe, que sempre tem aquele olhar “e o que foi que você fez dessa vez”, fruto das peripécias da infância.

Desta vez, tinha remetente, mas desconheci o endereço, ao abrir, me deparo com o “Sua Amiga Apaixonada”, já estava certo, se fosse um golpe publicitário, a minha curiosidade eles já tinham conquistado, mas em verdade era uma carta de Laura*, que a subscrevia, me convidando para o seu casamento, em meados de Dezembro de 2010, é, 2010... Pouca antecedência, não é mesmo ?

Achei estranho... Uma pegadinha? Talvez...

Melhor ligar para confirmar, e tudo era verdade.

De plano, questionei... E porque uma carta? Aê, eu havia me esquecido, por alguns instantes da personalidade de Laura, eterna apaixonada, ainda cultiva o enviar cartas, que segundo ela, os e-mails quebram todo o romance de uma correspondência, pois toda carta de valor deveria ser escrita a mão, cujo papel deveria conter algumas gotas de alfazema, seu lacre sendo uma gota de cera ou plástico devidamente marcada com o símbolo da emitente, tudo bem a lá Império Romano.

Só a Laura, só a Laura para me passar longos minutos ao telefone me falando do romance e teor emotivo de uma carta escrita a mão, do que cada letra e forma pode significar, do que as marcas e rabiscos podem conter e de como nada disso pode estar contido em um reles e-mail.

Até mesmo as manchas, dizia ela, podem conter significados implícitos, pois em alguns dos inúmeros convites, continha não só os escritos, mas também lágrimas do seu rosto. Imediatamente me pus a analisar se havia algum vestígio na minha, mas nada encontrei, vai ver, na ocasião do meu convite, ela não chorou de emoção, mas riu ao saber que ele casaria primeiro do que eu, afinal, ela esperava um príncipe encantado em seu cavalo branco para casar.

Ainda a questionei, se ela não era contra a evolução, pois hoje todos temos celulares, e-mails, fóruns, newsletters, msn, orkut, profile etc... Mas ela me disse que isso, são só para conversas, um contato, manter um breve diálogo e que mesmo que nos propicie novas amizades, jamais deve ser o único meio de contato, pois o romantismo volta-se ao tradicional.

E o tradicional pede singelismo, discricionariedade, amor e declarações aos ventos, nada de mensagens de Orkut ou repassar e-mails com piadas.

Ela me remeteu ao passado, destacando os inúmeros papeis de carta, que segundo ela, ainda os guarda e é capaz de descrever cada um, além de enumerar todos os que recebeu dos colegas e amigos, descrevendo seus cheiros e os amores ali contidos.

E, no monólogo, pois somente ela falava, dizia-se capaz de descrever cada um de nós, da turma, pelos papeis de carta presenteados, como de fato o fez, quando pediu à todos que assim a presenteassem. Logo fiquei receoso, já que nem lembrava se a havia presenteado mesmo, muito menos o presente.

Mas ela deixou a análise, voltando ao romantismo das cartas....

Engraçado, que Laura tem uma ótima leitura e oratória, dignas do horário romântico das emissoras de rádio, daqueles cafonas, em que a frase de abertura busca atingir os corações apaixonados, destacando-se aquelas pausas que só uma mulher realmente apaixonada é capaz de fazer, além daqueles profundos suspiros ...

Enfim, vou enviar uma carta a ela...
E outra a um certo alguém!

*Laura. Lembra-se dela? Nome fictício, mas já foi citada uma outra vez...

6 comentários:

  1. Sábado tocaram a campainha de casa e quando vi o carteiro pedindo um autógrafo, desci as escadas com um misto de preguiça e medo, juro. Quando peguei o pacote, era um envelope vindo do outro lado do mundo, ali com meu nome no destinatário. Sabendo quem mandou, embora fosse totalmente surpresa, eu sabia o que tinha dentro. Mal consegui me segurar de ansiedade pra abrir o pacote, e lá estava um bilhete de uma amiga e um CD de uma cantora que eu nunca tinha ouvido falar (do país dela). Coloquei pra tocar e senti que eu realmente precisava ter aquele CD. As músicas dele pareciam ter sido feitas e cantadas para mim, embora eu não tenha nem idéia do que a letra diz. Passei o resto do sábado muito, mas muito feliz. Felicidade e amizade delivery. Nada como correio nessa época de e-mail e cartões virtuais, né?

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  2. Ow mt bom!
    Vou já pegar um papel e caneta!

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  3. Quando o passado volta e nos faz um afago é muito bom...te conecta com o que vc tem e te faz ser vc.

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  4. Superconcordo com a Laura lá... mas, como vc disse, 2010, meio antecipado, né?
    Mas o tradicionalismo, de fato, conserva muito dos sentimentos que pretendemos traduzir, ou enviar, no caso das cartas... =)

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  5. Eu sou um tecnólogo de carteirinha, mas um apaixonado pelos detalhes tradicionais. Eu mesmo tenho muitas cartas guardadas e que ficarão guardadas até o dia da minha partida. Na carta, há um mistério, uma ansiedade, uma expectativa de tempo, de teor, de "quem", de "quando". Nelas não há o imediatismo. Há a espera, espera recompensada pelo seu conteúdo.

    abs!

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Vai, arroche! Só não fale mal de mãe.