Mas acontece que eu não sou do tipo que guarda rancor de ex, seja ex paquera, namorada, amigo, professor ou colega de sala. Claro, que há exceções, pois na minha ótica, amigo que ficou com ex minha não é amigo, sendo punido com 10 chibatadas em praça pública.
Mas a regra é que o fim, por mais conturbado que seja, caminhe para um certo nível de cumplicidade, sem agressões, ofensas ou similares... Pois, querendo ou não, houve um certo caminhar juntos, compartilhar idéias, segredos e aventuras... Dividiu-se intimidades, até o banheiro, as vezes.
E é por isso que vejo com certa estranheza o fim do relacionamento de certos colegas, recheados de complicações desnecessárias, do disse que disse que me disse, do eu fiz tudo e você não fez nada, do onde um esta o outro não passa perto. É tanto desgaste em provocar o outro, que as vezes me paira a dúvida se a aporrinhação é para provocar ou é uma espécie de prazer.
E não to falando não só de namoros, mas de amigos também... Ah, vai dizer que nunca teve uma briga que dividiu a sua turma ? Claro que houve, procure bem... Talvez, tenha havido, mas a separação durou pouca, o que é bem mais comum, mas, há os embates sem volta, seja pelo orgulho ferido, pela ofensa desnecessária ou uma estrela almejando apagar a outra.
Minha única exceção, que até me dói de lembrar, mas não a alma e sim os dedos, dos socos e pontapés que se seguiram, me faz crer que não houve um final como merecíamos... Explodiram-se tudo e todos que nos cercavam, inclusive, nós mesmos.
De mim, sobrou um pouco dela, porque a grande maioria destruí na ira contumaz que submergia meu raciocínio, aumentando de mais a mais o observar inconsciente. Foi um mal momento, um não, vários.
O sentimento de ruptura era cruel, mas logo se fez aceitar, para então daí surgir a indiferença, a pior dos castigos à outrem.... E que persiste, embora incomode!
As sensações, pensava eu, logo sumiriam e, de fato, sumiram, para em seu lugar se fazer nascer a dor do esquecimento, esta sim, bem pior!
Cômico e trágico lembrar, pois o que no passado se via no futuro como um bom momento, hoje temos seu inverso, onde o cômico é olhar o passado e vê-lo como trágico, contrariando os dizeres que ainda riríamos, velhinhos, das historias vividas.
Hoje, bem capaz de seus netos nunca ouvirem meu nome, conhecerem meu rosto ou sussurrarem meu sobrenome..
Logo meu nome, que por vezes transparecia ser sinônimo da alegria, do correr pelo bosque, do nadar sob a luz do luar, das infinitas estradas rumo ao prazer. Logo, fugazmente, deram-lhe outro significado, que muitos desconhecem, pelo simples fato de não mais o mencionarem nas conversas entre amigos, nas rodas de bate papo, sequer nas resenhas de botequim
Mas tenho que agradecer, admito.
Seja agradecer pelas coisas boas, como também pelas não tão boas. Aquelas, desfrutei, com estas, aprendi. Embora tudo pareça tão tolo, é só um ponto de vista, que pode não ser o melhor, mas é o meu,
Embora, que se alguém comentar este meu agradecimento, exercerei meu direito de desmenti-lo, até que a morte me cale, pois, me recuso a admitir gratidão.
Puzzo, eu sempre achei ridículo esse negócio de ex nem se falar. Afinal eu sempre pensava que as pessoas viveram uma história juntas e tal. Até acontecer comigo. Acabei um namoro de anos, com planos pro futuro, de uma forma pacífica. Aos poucos minha ficha foi caindo, fui enxergando coisas que não enxergava enquanto estava junto, e surgiu uma mágoa enorme. Quando precisei reencontrá-lo (temos alguns amigos em comum) meses depois, tentei ser civilizada, educada. Até o dia que eu percebi que tratá-lo como se ele não tivesse sido um dos responsáveis por aquele rasgo na minha alma e no meu coração (a outra responsável fui eu mesma, que permiti) me fazia muito mal. Fazia doer e sangrar mais. No dia seguinte, o procurei pra uma conversa séria. Falei de toda mágoa que tinha dele (e falei do quê exatamente tinha mágoa), fiz perguntas que não foram respondidas (ou pior, algumas foram respondidas de forma a aumentar o rasgo), chorei muito, na tentativa de colocar pra fora aquela coisa que me fazia mal e...? E pra ele nada mudou. Quando vi que pra ele não fazia a menor diferença do estrago que foi feito na minha vida, resolvi que não precisava fingir que era educada. Cortei relações, fiz mudanças na minha vida que eu não queria, mas que eram necessárias pra minha sanidade mental, e recentemente proibi uma amiga de falar dele o tempo todo. Não vou falar que já estou bem, mas me sinto menos ferida do que me sentia antes. E não tento negar o sentimento que brota dentro de mim, por mais "cruel" que ele pareça: quero mais que aquele infeliz morra. Afinal, a única coisa boa que essa dor toda me trouxe foi ver que ser politicamente correta não está com nada quando isso traz sofrimento.
ResponderExcluirAgora, pras relações que acontecem e terminam de forma decente, pra mim valem as palavras de Fernando Pessoa: “Quanto a mim, o amor passou. Eu só lhe peço que nao faça como gente vulgar e nao me volte a cara quando passe por si e nem tenha de mim uma recordacao em que entre o rancor. Fiquemos um perante o outro, como dois conhecidos desde a infancia que se amaram um pouco quando meninos. Embora na vida adulta sigam outras afeiçoes, conservam, num escaninho da alma, a memoria de seu amor antigo e inútil.”
Desculpe o comentário enorme, mas foi saindo...
É certo: indiferença é mesmo o pior dos castigos.
ResponderExcluirDoses corretas de desprezo fazem um estrago animal!
ResponderExcluirTexto casando mto bem com a figura... mto legal!
Doses corretas de desprezo fazem um estrago animal!
ResponderExcluirTexto casando mto bem com a figura... mto legal!
Estou com você: sempre temos coisas boas para agradecer, mesmo porque, se assim não o fosse, não teríamos nem vivido a experiência.
ResponderExcluireu tenho ex que me deu um pé na bunda e hoje em dia passa todo dia na frente da minha empresa e nos cumprimentamos mutuamente, sem resquícios do passado. Tenho ex (a do post "Antigas cartas de amor") que não só é amiga, mas é minha madrinha de casamento. Graças a Deus que tenho ex's, pois senão teria vivido uma vida só.
abs!
É o que dizem... tudo passa...
ResponderExcluirChorei, chorei, chorei...
ResponderExcluirVocê está cada vez melhor.
As resenhas de botequim.. huahauahuahauahuahauuaha
Histórias familiares...
Okey, pausa para 10 min de gargalhadas: "até me dói de lembrar, mas não a alma e sim os dedos, dos socos e pontapés que se seguiram..."
ResponderExcluirhuauhauahu
Mt bom puzzo!
eu ia elogiar justamente o penultimo paragrafo hehehehehehhehee
ResponderExcluirBem, sempre fui amiga de ex. Tanto que eles sempre acham que podem me chamar para sair de novo, haha. Só o último é que me causa problemas, porque não se conforma, quer voltar... zzzzzz
ResponderExcluirBom, eu não gosto de guardar rancor por ninguém, faz mais mal a mim que a outra pessoa.
ResponderExcluirQuero mais é manter amizade, caso só isso seja possível, se nem isso, paciência, né?
Guarda-se as recordações boas e as ruins tentasse tirar algum proveito, se não der pra aproveitar joga no lixo e segue a vida.